Cientistas encontram anticorpo capaz de neutralizar o vírus da gripe aviária

15/1/2012
Uma equipe de cientistas liderada pelo professor Paul Zhou, do Instituto Pasteur de Xangai, afirma que encontrou um anticorpo capaz de neutralizar quase todas as variedades conhecidas do vírus H5N1 da gripe aviária, um importante avanço para a obtenção de um remédio contra essa doença fatal.
Zhou assinalou que o anticorpo foi desenvolvido por um de seus estudantes de doutorado, Hu Hongxing, a partir de amostras de sangue de um paciente com vírus que inesperadamente se curou ao receber uma transfusão de uma pessoa imune ao H5N1.
Ao menos dois jornais trazem reportagens sobre o estudo neste sábado, o chinês "South China Morning Post" e o especializado "Journal of Virology".
Após a descoberta, a amostra de sangue foi distribuída a diferentes institutos de pesquisa com o objetivo de que algum deles desenvolva o mais rápido possível um anticorpo confiável contra o vírus, que atualmente tem índice de mortalidade de cerca de 50%.
No meio científico houve elogios ao estudo, mas também cautela porque ainda é preciso esperar para ver se a descoberta se traduzirá em uma vacina realmente confiável e comercialmente viável, declarou Guan Yi, da Universidade de Hong Kong.
Zhou admitiu o longo trabalho de análise e verificação de resultados que têm pela frente os institutos que detêm as amostras. Para exemplificar o tamanho do desafio comparou a tarefa a de "encontrar uma agulha no fundo do mar do Pacífico".
Isso tudo com o agravante de que as amostras de sangue depois de alguns dias perdem a validade para pesquisa, por isso a corrida contra o relógio.
Em 31 de dezembro, um motorista de ônibus morreu após contrair o vírus H5N1, a primeira morte por gripe aviária em um ano e meio no país.
Mais de 300 pessoas morreram no mundo todo por causa da gripe aviária desde que o vírus apareceu pela primeira vez em 2003, conforme a Organização Mundial da Saúde (OMS).
Nesse período, o vírus H5N1 provocou o sacrifício de 400 milhões de aves, gerando perdas ao setor de US$ 20 bilhões.
EFE
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