Estação é propícia para o aparecimento de doenças de pele e problemas relativos à exposição excessiva ao sol

15/1/2012

Alex Costa // alexcosta.rn@dabr.com.br

Chega o verão: praia, sol, pouca roupa e muita umidade. O ambiente se torna propício para a propagação de diversas mazelas, as chamadas doenças de verão, que contagiam muitas pessoas desprevenidas nessa época do ano. A exposição da pele ao sol e a outros agentes externos, alimentação desequilibrada e a luminosidade excessiva são grandes causas de conseqüências maiores ainda. "O momento é para descontrair, mas não podemos relaxar com a nossa saúde. Apenas uma atitude incorreta pode gerar diversas seqüelas na saúde", afirma Kelly França, dermatologista e presidente da Sociedade Brasileira de Dermatologia do RN.

Segundo Kelly, o descuido com a pele durante o verão é o principal causador de um câncer de pele no futuro. A rejeição ao protetor solar e a desobediência às indicações médicas de exposição solar em horários oportunos geram, muitas vezes, problemas irreparáveis. "As pessoas acham que só 'os outros' estão suscetíveis a adquirir um câncer de pele. Mas qualquer pessoa que expuser a pele excessivamente ao sol possui chances de sofrer com o problema no futuro", alerta a dermatologista.

Protetor solar acima do fator 30 é essencial para manter a proteção da pele. Kelly França aconselha aplicar o produto a cada duas horas, principalmente para quem estiver fazendo atividades na água, esportes que façam desperdiçar suor ou se permanecerem expostos ao sol por longos períodos. "O aconselhado para se passar de uma vez no corpo é cerca de 100 ml de protetor solar. Por isso a importância na freqüência da aplicação, para garantir a proteção", reitera.

A presidente da Sociedade Brasileira de Dermatologia do RN frisa que a capital potiguar mantém uma exposição solar muito forte e aponta o período que vai das 9h da manhã às 14h como o mais perigoso para exposição solar. "Vamos, além de usar protetor solar, usar bonés, roupas leves e guarda-sóis. Sempre considerando que proteção nunca é demais", afirma Kelly.

O culto à pele bronzeada, símbolo da estação mais quente do ano, por exemplo, é umconvite ao exagero. No verão, a Pitiríase alba é muito comum, principalmente em crianças e adolescentes. A doença se manifesta por meio de são manchas brancas que surgem no rosto por falta de filtro solar. De acordo com a pediatra Lyane Cortêz, as crianças merecem atenção especial no veraneio. "Os pequenos são vulneráveis ao calor excessivo e às alterações do clima. O risco de ter diarréia e vômitos, provocados pela insolação, é bastante alto", considera a pediatra.

Quando esse tipo de problema acontece, o verão acaba sendo penalizado. Por isso a importância de cuidar da saúde em época de férias. Lyane lembra ainda que a desidratação piora ainda mais os sintomas de fragilidade das crianças. Para evitar qualquer problema, a ingestão constante de água e líquidos, como água de coco, não podem ser dispensados.

Para evitar a desidratação e manter a criança protegida no verão que os pais procurem conselhos sólidos no pediatra responsável pela saúde dos seus filhos. "Não adianta seguir acreditando que tem total controle sobre a criança. Até porque se nós formos manter a criança protegida sempre, ela não vai nem brincar na praia. Então, busquem ser orientados por um profissional e nunca deixem que sintomas passem despercebidos", enfatiza a pediatra.

Irritações cutâneas




Verão inspira cuidados . Foto: Fábio Cortez/DN/D.A Press
Outro problema cutâneo que acontece com qualquer pessoa são as micoses e os bichos geográficos. O calor e o excesso de umidade podem formar um ambiente propício à proliferação de bactérias, fungos e larvas. Além de manchas, micoses costumam "infernizar" banhistas distraídos. Kelly França explica que o uso prolongado de roupas de banho molhadas é o principal responsável pelo inconveniente.

"O fungo gosta de locais úmidos e quentes, por isso a micose costuma aparecer na virilha", completa a médica. Segundo ela, os homens são os que mais passam pelo problema. "Pode dar em todo mundo, mas acho que os homens são mais desleixados com isso", arrisca.

Desfilar com chinelos molhados também não é uma boa idéia: frieiras, pano branco (manchas brancas no tronco) e bicho geográfico podem aparecer. Se não tratadas, as micoses aumentam, se espalham e podem até tornar-se contagiosas. "Se for entre os dedos, pode evoluir para erisipela (infecção bacteriana que atinge a derme profunda e o tecido gorduroso), infecção na perna e fungos nas unhas", diz.

A boa notícia é que tanto as frieiras quanto a micose têm fácil tratamento. Arriscar soluções caseiras para amenizar a coceira, contudo, não é indicado, uma vez que pode aumentar a proliferação dos fungos. "Se a pessoa estiver com o bicho geográfico, pode colocar gelo e esperar a área congelar por alguns minutos, para o micróbio morrer", ensina a dermatologista. "Para todos os outros casos, é importante ir ao médico para que o profissional indique o melhor antifúngico", finaliza. 

http://www.diariodenatal.com.br/2012/01/15/cidades2_0.php

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