Maringá vai enfrentar índice extremo de radiação solar

18/1/2012
O índice ultravioleta (IUV) vai atingir níveis extremos nesta semana em Maringá. Quanto mais alto o IUV, maior o risco de danos à pele e de aparecimento de câncer. Até domingo, o grau de radiação solar na cidade deve ser 14, considerado extremo. 
Segundo o Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos (Cptec), que calcula a incidência de raios ultravioleta nos municípios brasileiros, é no verão, ao meio-dia, que a concentração de UV é mais alta.A presença ou não de nuvens é outro fator que determina a incidência da radiação solar. Quando o céu está limpo, a radiação não encontra barreiras e os raios chegam mais intensos à pele. Já o céu encoberto pode filtrar até 70% da radiação. 

Até pelo menos domingo, Maringá vai registrar nível máximo de radiação, caso não haja nuvens no horário do almoço. A condição prevista para esta semana pode se estender até 19 de março, quando termina o verão.
Rafael Silva

Homem usa chapéu para se proteger do sol em Maringá; luz do meio-dia deve ser evitada, já que o horário é o de maior concentração de raios ultravioleta. Sombrinhas e roupas com mangas também ajudam
A pesquisadora do Cptec Simone Coelho explica que, durante os meses do verão, o IUV chega a níveis máximos em todos os Estados. "A radiação no Nordeste é tão intensa quanto a da Região Sul." No inverno, os valores ficam menores. "Chegam ao grau 6 ou 7, que também não são tão baixos assim. É uma situação comum, principalmente nos Estados do Sul, quando o dia está muito frio e o céu, sem nebulosidade."
Carla Guedes

Dermatologista dá dicas para cuidar da pele



Ao medir o IUV, o Cptec leva em consideração três tipos de raios ultravioleta: UVA, UVB e UVC. O do tipo A, ao mesmo tempo em que é perigoso porque causa o câncer de pele, é importante para sintetizar a vitamina D no organismo. O UVB penetra superficialmente na pele e é responsável pelas queimaduras solares. Já o UVC não atinge a superfície terrestre e é usado na esterilização de água e materiais cirúrgicos. 

Simone explica que as informações sobre o IUV passaram a ser usadas pelo Ministério da Saúde na criação de campanhas preventivas contra o câncer de pele. A partir dos números obtidos de norte a sul do País, o governo consegue adequar as orientações de prevenção para quem mora tanto no Nordeste quanto no Sul, já que o nível de radiação varia muito de uma região para outra. 

Os níveis de radiação já são medidos há mais de 2 décadas, mas só em 2002 foi definido um padrão da divulgação do IUV pelos institutos de meteorologia.

Uma tabela classifica o índice de baixo a extremo, em que baixo é o nível menor que 2; moderado, de 3 a 5; alto, 6 a 7; muito alto, de 8 a 10; e extremo, acima de 11. No Brasil, o máximo grau de radiação já registrado foi de 14 – o mesmo previsto para Maringá esta semana.As cores alertam para o nível de proteção que a população deve ter sob o sol. "O verde é como o sinal de trânsito: significa que a pessoa pode tomar sol. Quanto mais alaranjada a tabela, maior o perigo." 


Sem proteção

Dados da Campanha Nacional de Prevenção ao Câncer de Pele, da Sociedade Brasileira de Dermatologia, mostram o descaso da população.

Dos entrevistados em Maringá, 64,86% disseram que não usam protetor solar quando se expõem ao sol. Entre os homens, o descaso é ainda maior; 77,14% não se protegem sob o sol. O descuido tem um preço: a campanha detectou que 2,86% dos homens tiveram diagnóstico de câncer de pele, contra 1,33% de casos positivos em mulheres.
Para 2012, devem ser diagnosticados 134.170 novos casos de câncer de pele no Brasil e 7 mil no Paraná.A doença é mais comum em pessoas de pele clara e com mais de 40 anos.É o tipo de câncer mais frequente no País.

http://maringa.odiario.com/maringa/noticia/533108/maringa-vai-enfrentar-indice-extremo-de-radiacao-solar/

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