Gutemberg Araújo faz balanço de ações na Saúde em 2011

São Luiz 1/1/2012
Cuidar da saúde de uma cidade com mais de um milhão de'habitantes não é tarefa fácil. Ao assumir a Secretaria Municipal de'Saúde, em maio de 2009, o cirurgião e vereador Gutemberg Araújo'aceitou aquele que seria – e continua sendo – o maior desafio de sua'vida. Ao final de mais um ano no calendário, e quase três de sua'gestão na Saúde de São Luís, o balanço mostra grandes avanços e a'certeza de que ainda há muito a ser feito. Exemplos disso foram o'pacote de reformas de 29 unidades básicas de saúde, a renovação'da frota de ambulâncias e o sucesso dos programas de diabetes e'hipertensão e das doenças sexualmente transmissíveis.
Apesar desses avanços, há desafios que persistem, principalmente'os hospitais superlotados e o fluxo de ambulâncias vindas de'todos os cantos do estado. Ao lado disso há a questão do subfinanciamento'do Sistema Único de Saúde. Um exemplo dessa realidade'são os Socorrões I e II, que recebem cerca de R$ 1,5 milhão por'mês (cada um) de recursos federais, mas custam cerca de R$ 6 a 7'milhões no mesmo período. 'Os esforços são grandes e mesmo com'o investimento de 25% do orçamento da Prefeitura na Saúde, a alta'demanda sobrecarrega o planejamento e acaba faltando recurso','afirma o secretário.
Para melhorar a situação, Gutemberg anuncia os planos de'reestruturação da Atenção Básica, de alguns aspectos da Rede de Urgência'e Emergência e Fortalecimento da Vigilância Epidemiológica'e Sanitária, todos aprovados e com recursos garantidos pelo Governo'Federal. Mas pondera que a melhora na urgência e emergência da'capital só será percebida quando o Maranhão possuir efetivamente'de uma rede de urgência e emergência resolutiva. 'Só assim vamos'conseguir trabalhar com resolutividade e diminuir a superlotação'das nossas unidades de emergência'.
A seguir, os principais trechos da entrevista concedida pelo secretário:
Gutemberg Araújo faz balanço de ações na Saúde em 2011
Jornal Pequeno: Em um balanço do ano de 2011 na Saúde de São Luís, o que podemos destacar de mais importante?
Gutemberg Araújo: Tivemos um ano de muito trabalho e grandes esforços. Por um lado destacamos o pacote de reforma das unidades básicas, a renovação da frota de ambulâncias, o programa de controle de diabetes e os números do Programa Cidadania Para Todos, isso só para citar alguns. Por outro lado, temos o setor de urgência e emergência, com superlotação dos principais hospitais em razão da alta demanda do interior do estado. Os dois Socorrões, por exemplo, recebem cerca de R$ 1,5 milhão por mês de recursos federais (cada um), mas custam de R$ 6 a 7 milhões no mesmo período. E mesmo com o investimento de 25% do orçamento da Prefeitura na Saúde, a alta demanda sobrecarrega o planejamento e a conta não bate.
Jornal Pequeno: Então vamos dividir os destaques em avanços e desafios. Primeiro vamos aos avanços:
Gutemberg Araújo: Um dos nossos principais destaques, como adiantei, foi o pacote de obras: reformamos 29 das 42 unidades básicas. E em fase de conclusão temos uma nova UBS, no Residencial Paraíso. Estamos concluindo a reforma de 80 leitos de ortopedia no Socorrão II, onde acrescentamos 30 leitos de clínica médica e pediátrica, criamos as alas vermelha e amarela, que funcionam como UTIs. Faremos, em 2012, uma reforma no Socorrão I, onde serão reformulados o Centro Cirúrgico e a Pediatria. Reformamos o Hospital da Criança, criando um novo fluxo de atendimento com área vermelha (9 leitos) e credenciamos a Santa Casa para realização de cirurgias ortopédicas com o objetivo de minimizar a superlotação nos Socorrões. Ainda na área de estrutura física, entregamos o novo Almoxarifado, todo informatizado, reduzindo tempo de entrega e custos. Renovamos a frota de ambulâncias, além de integrarmos duas motolâncias para agilizar o atendimento em locais de difícil acesso. Recebemos reconhecimento nacional por dois dos nossos principais programas de saúde, o HiperDia – de prevenção e controle do diabetes e hipertensão, e o Programa de DST/Aids, principalmente nas ações voltadas aos mais jovens. E por fim, já no final do ano, realizamos a 8ª Conferência Municipal de Saúde, com grande representação de todos os agentes envolvidos.
Jornal Pequeno: A participação popular tem sido muito presente em suas falas ao longo do ano. O que isso significa para a gestão?
Gutemberg Araújo: É claro! A população pode ajudar muito. Exemplo disso foi a participação nos mutirões da dengue e pode ter continuidade na prevenção de acidentes e de doenças. No trabalho de combate à dengue, realizamos 14 mutirões, que atingiram 40 localidades, com a coleta de 100 toneladas de bagulho (móveis velhos e materiais sem uso que poderiam se transformar em criadouro do mosquito transmissor) e em parceria com diversos órgãos municipais e apoio interinstitucional. De março a junho foram visitados 304.844 imóveis – trabalho de 435 agentes de endemias. Também com participação da comunidade, batemos as metas de vacinação da gripe e do sarampo e entre os meses de julho e novembro, o programa Cidadania para Todos, iniciativa da Prefeitura de São Luís, levou serviços de saúde a cerca de 60 bairros em nove áreas da zona urbana e rural da capital. Realizamos consultas com pediatras, oftalmologistas, cardiologistas, clínicos gerais, gastroenterologistas, ginecologistas, dermatologistas e nutricionistas, totalizando 72.417 atendimentos.
Jornal Pequeno: Agora vamos aos desafios...
Gutemberg Araújo: Nosso grande desafio é fechar a conta, principalmente no setor de urgência e emergência. São Luís recebe a sua própria demanda, que cresce a cada dia e, por ser o centro mais equipado, recebe também pacientes de todo o Maranhão. O resultado é hospital lotado, macas nos corredores e a qualidade do atendimento prejudicada. O SUS é subfinanciado, temos uma tabela de pagamentos defasada e, segundo o próprio ministro da Saúde, Alexandre Padilha, seriam necessários R$ 40 bilhões para melhorar a saúde pública do país. A Prefeitura já faz a sua parte, investindo 25% dos seus recursos na Saúde, quando o mínimo, de acordo com a lei, é 15%. Mas não basta. São Luís não tem condição de pagar essa conta É preciso que cada um, dentro do pactuado, cumpra o seu dever. Enquanto isso, nós continuamos a trabalhar em busca de meios para conseguir mais recursos.
Jornal Pequeno: Dentro dessa perspectiva, o que temos para 2012?
Gutemberg Araújo: Apresentamos ao Ministério da Saúde a situação da nossa urgência e emergência e, em reconhecimento aos nossos esforços e ações, conseguimos recursos para fortalecer o Serviço de Neurocirurgia dos Socorrões I e II e equipar as quatro Unidades Mistas e nos dois Socorrinhos (Cohatrac e São Francisco). Em conjunto com a Secretaria de Estado da Saúde, disponibilizaremos 150 leitos de retaguarda para receber pacientes, desafogando os Socorrões e UPAs; e está sendo trabalhado o Plano de Urgência e Emergência do Estado do Maranhão, com o objetivo de racionalizar o fluxo dos pacientes.
Jornal Pequeno: Que outros projetos a Secretaria tem para o ano novo?
Gutemberg Araújo: Nossa prioridade é atenção básica, que por princípio é a porta de entrada do SUS. Conseguimos, junto ao Ministério da Saúde, recursos para instalar cinco Polos de Academia SUS na capital, a reforma de 14 Unidades Básicas de Saúde, reequipamento das Unidades Básicas de Saúde e a entrega de duas Unidades Móveis para o Programa Saúde na Escola. Além disso, vamos implantar o Centro de Atenção Psicossocial Infanto Juvenil – CAPSI, para enfrentar o problema das drogas na infância e adolescência; e estruturar a nova sede do Serviço Móvel de Urgência (SAMU), na Vila Palmeira.
Jornal Pequeno: E para o combate à dengue, doença em que São Luís está em situação de alerta, o que a Semus prevê?
Gutemberg Araújo: O trabalho de controle da dengue terá continuidade e recurso extra para 2012. Receberemos R$ 1,7 milhão do Governo Federal para colocar em prática o Plano de Contingência da Dengue, que foi montado com ampla participação da comunidade, baseado em reuniões realizadas com representantes em cada um dos cinco distritos de São Luís, reforçando ainda mais a participação popular para livrar a cidade do mosquito. O foco é intensificar parcerias, melhorar a resolutividade das unidades de saúde, realizar campanhas educativas permanentes, capacitar e intensificar a ação dos agentes e otimizar a notificação de casos. Esse plano integra o Programa de Fortalecimento da Vigilância Epidemiológica e Sanitária, que conta também com ações específicas para o Controle das Hepatites Virais e recursos de R$ 300 mil do Governo Federal.
Jornal Pequeno: O senhor está otimista?
Gutemberg Araújo: Claro que sim. Esperança é o combustível que comanda nossas ações. Tenho a certeza de que, com a ajuda de Deus, o apoio do prefeito João Castelo, associado à força dos servidores da Saúde e à compreensão da população, teremos um novo ano melhor e com muito mais saúde para todos.

http://www.jornalpequeno.com.br/2011/12/31/gutemberg-araujo-faz-balanco-de-acoes-na-saude-em-2011-182276.htm

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