Investigadores portugueses estudam cancro da bexiga

3/1/2012


Investigadores da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Nova de Lisboa estudaram o impacto de antigénios glicosídicos na imunoterapia aplicada em cancro da bexiga.
O cancro de bexiga não-músculo-invasivo é a neoplasia do tracto urinário mais frequente. A imunoterapia com bacillus Calmette-Guérin (BCG) constitui a terapia de eleição para esta patologia.

Uma vez que o cancro está associado à alteração da glicosilação, o objectivo do trabalho dos investigadores portugueses consistiu em avaliar o efeito de antigénios tumorais glicosídicos em células de cancro de bexiga nos mecanismos de actuação de BCG e na modulação da resposta imune.

Para isso, a expressão de antigénios sialilados e/ou fucosilados, assim como das glicosiltransferases envolvidas nas suas sínteses, foi analisada em diferentes linhas celulares de cancro de bexiga. Depois de analisado o perfíl glicosídico, foram realizados ensaios de internalização e citotoxicidade celular.

Verificou-se que a linha celular MCRpLenti.ST6GN1, que expressa a sialiltransferase ST6GalNAc-I, e consequentemente o antigénio sialil-Tn (sTn), apresenta uma maior capacidade para internalizar BCG do que o respectivo controlo. Comparando as percentagens de internalização obtidas para as diferentes linhas celulares e os respectivos efeitos citotóxicos, os nossos resultados indicam que a indução de morte das células de cancro de bexiga por BCG é paralela à capacidade destas células para internalizarem BCG.

Foi também demonstrado, através de ensaios de internalização com diferentes estirpes de BCG, que o processo de internalização e de susceptibilidade é depende da estirpe de BCG. Finalmente, investigámos se o antigénio sTn nas células tumorais afecta a interacção/reconhecimento pelas células dendríticas (DCs).

Observou-se que as DCs induzem a proliferação das células tumorais de uma forma independente do sTn. Verificou-se, através da análise da expressão de moléculas apresentadoras de antigénio, que o sTn parece induzir a repressão do processo de maturação das DCs e influencia o processo de fagocitose das células tumorais por estas. Conclui-se que o sTn modela a imunoterapia aplicada em cancro de bexiga, influenciando o mecanismo de acção do BCG e suprimindo a imunogenicidade das DCs.

http://www.pop.eu.com/news/6141/26/Investigadores-portugueses-estudam-cancro-da-bexiga.html

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