Creme radioativo consegue remover o câncer de pele em até duas horas

Um creme radioativo poderá curar milhares de pessoas com câncer de pele ao redor do mundo. Apenas na Grã-Bretanha são 3 mil casos todos os anos.
Em apenas duas horas, a nova técnica pode destruir tumores causados pelo câncer de pele mais comum, sem cirurgia ou a radioterapia convencional. Os cientistas afirmam que os efeitos colaterais são mínimos e que o tratamento nem sequer deixar uma cicatriz.
A terapia inovadora, que tem sido utilizado em 700 pacientes na Itália, com uma taxa de sucesso de até 95%, poderá estar disponível no Reino Unido dentro de dois anos para tratar o carcinoma basocelular e o carcinoma espinocelular. Estes cancros afetam cem mil pessoas todos os anos. No entanto, o tratamento não é adequado para o melanoma maligno, a forma mais letal de câncer de pele.
Para a nova técnica, os pesquisadores italianos aproveitaram o rênio-188, um isótopo radioativo que anteriormente era raro e caro, mas está agora a ser fornecido em quantidades suficientemente grandes para tratar milhares de pacientes por semana, por físicos nucleares na Grã-Bretanha, financiado pelo Institut Laue-Langevin.
O tratamento que é indolor consiste em envolver, com um pedaço de papel alumínio, a área cirúrgica do tumor, passar o creme radioativo e removê-lo uma ou duas horas depois. Os pesquisadores acreditam que a radiação faz com que a pele saudável volte a crescer, por isso não há cicatriz.
Nos testes italianos, 85% dos pacientes foram curados após o tratamento e até 95% após três tratamentos.  Oliver Buck, presidente-executivo da ITM empresa de tecnologia alemã que desenvolveu a terapia, afirma que “isto significa que pacientes não só devem ter esperança, por que essas pessoas às vezes têm que passar por uma cirurgia horrível que remove parte de sua face e este tratamento geralmente é feito em uma sessão não invasiva”, em entrevista ao portal inglês Daily Mail.
Testes estão sendo realizados na Alemanha e na Austrália e o Sr. Buck acredita que o tratamento poderia ser licenciado no Reino Unido dentro de dois anos. Ele diz que vai "certamente" ser mais barato do que as terapias atuais.
Dr. Buck ressaltou que a cirurgia continua sendo o "padrão ouro", uma vez que remove todo o tecido canceroso, mas disse que aqueles que não podem se submeter a uma cirurgia por várias razões, poderiam se beneficiar com o uso do creme.
Um dos principais especialistas no tratamento do câncer de pele no University College Hospital, Dr. Spittle Margaret, em Londres, lembra: “A radioterapia é eficaz em 95% dos casos quando a remoção não é possível, mas este tratamento tem a mesma taxa de sucesso e leva apenas duas horas”. Charles Kelly, oncologista clínico do Hospital Freeman, em Newcastle, ressalta que “muitos são os carcinomas basocelulares na face causados por danos do sol. Os pacientes podem se submeter à cirurgia plástica se o tumor está em um lugar difícil de tratar, mas seria interessante utilizar o creme em áreas como a da pálpebra”.




A grande maioria das pessoas que sofrem das formas menos perigosas de câncer de pele, se submetem a uma cirurgia para remover o tecido afetado. Outros tratamentos incluem radioterapia e "congelamento" dos tumores, se eles são pequenos e superficiais. Mas cerca de 3% dos pacientes têm tumores profundos, que são difíceis de remover cirurgicamente porque estão em áreas sensíveis, como olhos, nariz ou ouvidos. Outros não podem fazer a cirurgia devido à idade ou condiçõesmédicas. Estes pacientes recebem radioterapia, que envolve pelo menos dez sessões em um hospital e muitas vezes resultam em efeitos secundários graves.

PAOLLA ARNONi




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